Campanha ‘Y Ikatu Xingu lança publicação sobre formação de agentes socioambientais

Livro conta a história da formação de 42 agentes sociambientais realizada em Canarana, de dezembro de 2005 a outubro de 2006. O objetivo da formação foi incentivar a cultura agroflorestal no Cerrado mato-grossense e formar lideranças socioambientais. Recheado de fotos e depoimentos dos participantes, a publicação conta parte da história pessoal de alguns formandos e de algumas iniciativas socioambientais empreendidas por eles.

Acontece neste sábado, dia 1º de dezembro, em Canarana (MT), às 20 h, o lançamento do livro Formação de Agentes Socioambientais no Xingu – Valorizando as descobertas e iniciativas agroflorestais. Estão sendo esperadas cerca de duzentas pessoas no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Pioneiros do Centro-oeste para o coquetel de lançamento e sessão de autógrafos, já que vários dos protagonistas do livro, os agentes socioambientais, deverão estar presentes.

Publicação relata parte das histórias de vida e iniciativas socioambientais dos participantes da formação.

A obra conta a história da formação de 42 agentes sociambientais realizada em Canarana, de dezembro de 2005 a outubro de 2006. O projeto foi uma parceria entre o Instituto Socioambiental (ISA), a prefeitura de Canarana e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), com patrocínio do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), instituições que integram a campanha ‘Y Ikatu Xingu, de proteção e recuperação das nascentes e matas ciliares do Rio Xingu no Mato Grosso.

O objetivo da formação foi incentivar a cultura agroflorestal no Cerrado mato-grossense e formar lideranças socioambientais. Pretendeu estimular e potencializar ações que aliassem conservação e recuperação dos recursos naturais com alternativas de geração de renda, valorizando os talentos e potencialidades da região. Os agentes formados são de seis municípios do nordeste do Mato Grosso: Canarana, Querência, Ribeirão Cascalheira, Nova Xavantina, Gaúcha do Norte e Água Boa.

Recheado de fotos e depoimentos dos participantes, a publicação conta parte da história pessoal de alguns formandos – pequenos perfis e narrativas de momentos significativos – e de algumas iniciativas socioambientais que eles empreenderam durante a formação, nos chamados períodos entremódulos, ou que deram continuidade depois do fim do projeto. Estão registradas iniciativas consideradas exemplares por sua “qualidade e diversidade, seu potencial de mudança, capacidade de multiplicar novas idéias, de estimular ainda outras ações, questionar antigos modelos em uma região que precisa de mais alternativas de desenvolvimento e gestão do território”, como afirma o texto da publicação.

Essas ações vão desde a implantação de sistemas agroflorestais, passando pela recuperação de matas ciliares, até pesquisas e trabalhos em escolas, entre várias outras. Elas concentraram-se em experimentos e aperfeiçoamentos implantados em pequenas propriedades, mobilizaram pequenos grupos de assentados ou até cidades inteiras.

O livro aponta ainda alguns dos princípios metodológicos e filosóficos que orientaram o projeto e retrata momentos de palestras, debates e experimentos realizados em quatro oficinas sobre os mais variados temas – sistemas agroflorestais, ciclo hidrológico, desmatamento e mudanças climáticas, entre outros. Apresenta também alguns exercícios relacionados a habilidades conceituais, sociais e técnicas necessárias para que esses agentes possam atuar como multiplicadores.

Entre os destaques do livro, está o Festival de Sementes de Canarana, que mobilizou dezenas de alunos, pais e professores na coleta de sementes nativas do Cerrado para a produção de mudas no viveiro municipal. Na Escola Municipal Família Agrícola de Querência (Emfaque), alguns professores desenvolveram uma série de experimentos com agroflorestas e ações de conscientização sob a coordenação do professor e agente Gilmar Hollunder. Em Gaúcha do Norte, os formandos desenvolveram ações educativas que incentivaram a arborização da cidade e áreas-piloto de reflorestamento de matas ciliares.

Também mereceram menção experiências marcantes com sistemas agroflorestais do empresário Édemo Côrrea, de Canarana, dos assentados Ricardo Dias Batista, de Água Boa, e Armando Menin, de Querência, que também sediaram em seus lotes oficinas temáticas da formação. No assentamento Serrinha, em Água Boa, as professoras Rosenilde Paniago e Elama Gomes usaram uma horta e um viveiro para mobilizar a escola local e tratar de temas como agroecologia, alimentação saudável, desmatamento e organização comunitária.

Mais informações:

Oswaldo Braga de Souza – (66) 3478-3491 / oswaldo@socioambiental.org.br

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