Oficina de culinária com frutos do Cerrado em assentamento de Água Boa

Parceleiros do Projeto de Assentamento (PA) Jaraguá, em Água Boa, aprenderam como fazer doces, bolos, geléias e até pizzas com frutos que estão em seus quintais. Eles estão preservando e plantando essas espécies nas beiras de rio e nascentes de seus lotes com o apoio de projeto de conservação e geração de renda promovido pela campanha ‘Y Ikatu Xingu.

Eduardo Malta, do ISA, e Clodoeste Pereira da Silva, o Kassu*

Nos dias 13 e 14 de abril, aconteceu o quinto encontro dos 30 agricultores participantes do Projeto Agricultura e Matas Ciliares no P.A. Jaraguá, em Água Boa (MT). O evento contou com a presença do pesquisador da Embrapa Cerrados, José Orlando de Melo, especialista em aproveitamento econômico das frutas do Cerrado, como o buriti, o murici e o pequi.

José Orlando Melo fez uma pequena explanação teórica para os assentados. Foto: Eduardo Malta/ISA

Há dois anos, dentro das ações previstas no projeto, esses agricultores começaram a deixar de roçar as árvores em seus pastos e também começaram a introduzir essas espécies nativas em suas roças. Agora, reuniram-se na escola da agrovila central do assentamento, mas especificamente na cozinha, para aprender novas formas de preparar e aproveitar as frutas do Cerrado, no arroz , na carne, em bolos, geléias, pudins, doces e sorvetes. Melo coordenou o trabalho. Os agricultores aprenderam, por exemplo, que com a casca do maracujá é possível extrair a pectina necessária para fazer doces e purês. A substância geralmente é retirada da casca da laranja e usada para dar consistência a geléias e doces.

Depois foi hora de colocar a “mão na massa” e preparar uma série variada de pratos à base de frutas do Cerrado. Foto: Osvaldo de Sousa/ISA

Isso mostrou como o próprio assentamento tem todos os ingredientes necessários para fazer produtos da mais alta qualidade, ao mesmo tempo em que se pode contribuir para a preservação e restauração do cerrado mato-grossense. Os parceleiros ficaram entusiasmados com o resultado do aproveitamento das frutas nativas.

Os participantes da oficina aprenderam a fazer uma pizza regada a molho agridoce de buriti e com massa de mandioca e farinha de milho; bolo de pequi; doce de murici; pudins de murici e pequi; geléia de maracujá e doce de murici; entre outros. Foto: Clodoeste Pereira

O evento faz parte da campanha ‘Y Ikatu Xingu – de proteção e recuperação das nascentes e matas ciliares da Bacia do Xingu no Mato Grosso – e foi organizado por integrantes da equipe técnica do Instituto Socioambiental (ISA): o agrônomo Osvaldo Luís de Souza, os biólogos Eduardo Malta e José Nicola da Costa.

O pão de pequi foi um dos sucessos da oficina. Foto: Clodoeste Pereira

* Kassu é assentado no PA Jaraguá e mantém um blog onde este texto foi publicado originalmente. Confira o Blog do Kassu.

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