No dia 30 de agosto, aconteceu o segundo módulo de uma capacitação que tem o objetivo de formar agentes multiplicadores (monitores mirins) sobre práticas de viveiro e outras questões ambientais, como poluição, biodiversidade, desmatamento, conservação do solo e recursos hídricos. Essa atividade acontece dentro do programa do Festival de Sementes de Canarana, que terminará em outubro deste ano.
Por Sara Nanni, do ISA
Com olhares atentos e muita disposição para aprender, quatro estudantes do ensino médio de escolas públicas e particulares de Canarana participaram, no dia 30 de agosto, do segundo módulo de uma capacitação que tem o objetivo de formar agentes multiplicadores (monitores mirins) sobre práticas de viveiro e outras questões ambientais, como poluição, biodiversidade, desmatamento, conservação do solo e recursos hídricos. Utilizando botões de diversas cores e tamanhos, o biólogo e técnico do Instituto Socioambiental (ISA), José Nicola da Costa, instruiu os monitores sobre conceitos relacionados à chave de identificação das espécies, utilizada para classificar as plantas.
Monitores mirins receberam informações sobre como classificar as plantas
Através da separação dos botões pelas semelhanças de cor, tamanho e tonalidades, os estudantes começaram a ter contato com os princípios da classificação científica das espécies. Em seguida, aplicaram o que aprenderam com plantas coletadas por eles na cidade. As semelhanças e as diferenças entre as plantas, o cheiro e a textura das folhas estiveram entre as características observadas pelos monitores. “A idéia central dessa formação é dar um suporte técnico às atividades práticas que os monitores desenvolvem no viveiro, de forma que eles tenham uma formação mais completa”, avalia Nicola.
Essa capacitação dá suporte ao trabalho que os monitores desenvolvem no viveiro de Canarana, onde trabalham duas horas diárias, desde maio deste ano, na identificação das espécies, coleta de sementes, produção e plantio de mudas. Eles recebem uma remuneração de 150 reais por mês. “Gosto do trabalho no viveiro. Antes eu ficava em casa sem fazer nada. Agora tenho uma atividade e com ela estou aprendendo muitas coisas diferentes”, conta Hortência Rodrigues Barbosa, de 17 anos, monitora mirim e estudante do Colégio 31 de Março.
O encerramento das atividades dos monitores no viveiro acontecerá em outubro, quando chegará ao fim o Festival de Sementes. “No próximo ano, queremos ampliar esse projeto para que ele possa também atender às crianças das escolas rurais de Canarana”, afirma Eliane Felten, secretária municipal de agricultura e meio ambiente.
O Festival de Sementes e a capacitação dos monitores mirins fazem parte de um projeto aprovado junto ao Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), chamado “Recuperação da Mata Ciliar e Nascentes do Córrego do Marimbondo na Bacia do Xingu”, do qual a prefeitura é proponente, e são parceiros a campanha Y Ikatu Xingu, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto HSBC Solidariedade.
Encontros – No primeiro encontro da capacitação, no dia 9 de agosto, os monitores mirins receberam informações sobre as características da Bacia do Xingu (afluentes, cabeceiras, ciclos hidrológicos) e sua vegetação e técnicas de coleta. No dia 6 de setembro, acontecerá o terceiro encontro, com trabalho de campo sobre análise qualitativa da água, e teórico sobre história da agricultura, legislação e restauração da paisagem. O último encontro, no dia 13 setembro, será uma prática de agrofloresta no viveiro, com o agrônomo e técnico do ISA, Osvaldo Luis de Sousa.
Reta final – Desde o dia 8 de maio, alunos e professores de todas as escolas de Canarana estão mobilizados para a coleta de sementes de árvores nativas do Cerrado, que são levadas ao viveiro municipal, onde são identificadas e depois destinadas a projetos de restauração da paisagem, em especial das matas ciliares. Os participantes do festival receberam orientações sobre como beneficiar, coletar e armazenar as sementes, bem como sobre quais são as espécies mais indicadas para a coleta, levando em conta a diversidade de espécies e não apenas a quantidade.
No dia 11 de setembro, a 2º parcial da pontuação do festival será divulgada. Por enquanto, já foram coletados quase 700 quilos de sementes de gueiroba, baru, urucum, pitanga, carobinha, caju, amarelinho e etc. Serão premiados a escola que coletar mais sementes e os alunos mais empenhados nessa atividade. O resultado final será divulgado no dia da criança, 12 de outubro, e a premiação acontecerá durante o II Encontro Nascentes do Xingu e a I Feira de Iniciativas Socioambientais, que acontecerão de 16 a 18 de outrubro.
Um Comentário
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Atenciosamente,
Corina