Época das chuvas, tempo de plantar árvores!

Campanha Y Ikatu Xingu realiza plantio em Área de Preservação Permanente (APP) na Fazenda Bruna, em Gaúcha do Norte.

Por Sara Nanni
, do ISA

O proprietário da Fazenda Bruna, no município de Gaúcha do Norte, no Mato Grosso, Waldomiro Schulz, há quatro anos cercou uma Área de Preservação Permanente (APP) em sua propriedade. Porém, o proprietário observou que a vegetação nativa da área não se regenerou de forma natural, e que seria necessário plantar árvores. Foi assim que, com apoio dos técnicos do ISA, Eduardo Malta e Luciano Eichholz, e da campanha Y Ikatu Xingu, Schulz resolveu elaborar em sua fazenda um projeto para a restauração e enriquecimento florestal de beiras de rios e nascentes, que teve início em agosto do ano passado e que culminou em um plantio no dia 9 deste mês. Foram plantados 624 quilos de sementes, entre árvores nativas do cerrado e da mata e espécies leguminosas, como o feijão guandú e o feijão-de-porco, utilizadas como adubo verde. A mistura de sementes incluiu aproximadamente 80 espécies de árvores, como angico, babaçu, baru, buriti, mutamba, pequi, tingui, urucum, amoreira e bacaba.

Plantio foi feito a lanço na Fazenda Bruna

Antes do plantio, que foi feito a lanço (de forma manual), algumas ações foram necessárias para preparar o solo, como três gradagens, feitas com um trator com grade. A primeira arranca o capim para a limpeza da área, a segunda e a terceira reviram o capim que fica enterrado e acaba fermentando. Essa fermentação cria um calor devido à decomposição da matéria orgânica, diminuindo a germinação das sementes plantadas.

A área escolhida para fazer esse projeto piloto na Fazenda Bruna, é a APP do córrego Pacu, que passa no limite da propriedade, onde o processo erosivo está em estágio avançado, sendo causado pela enxurrada de água da chuva, que não encontra barreiras devido à falta de vegetação.

A campanha Y Ikatu Xingu há quatro anos trabalha para promover a restauração florestal das beiras de rios e nascentes na bacia do Xingu. “Acreditamos que mais do que a recomposição das matas ciliares, essa parceria entre o ISA e a Fazenda Bruna, no âmbito da campanha, pode ser um exemplo para a região, demonstrando na prática a construção de iniciativas socioambientais”, comenta Malta, biólogo e técnico do ISA. “O reflorestamento de matas ciliares é uma necessidade das propriedades rurais, das cidades, das populações indígenas e ribeirinhas, do País e do mundo, pois a conservação da água, da biodiversidade e do clima do planeta depende disso.”

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