Plantio mecanizado é difundido como técnica de restauração florestal de APPs em simpósio no Vale do Araguaia Xingu – MT
Publicado:fevereiro 18, 2009
Palestra sobre restauração florestal de APPs através do plantio mecanizado – técnica disseminada pela campanha Y Ikatu Xingu – aconteceu durante o I Simpósio Alianças Socioambientais, promovido pela Aliança da Terra, que reuniu centenas de produtores rurais em Água Boa (MT), nos dias 13 e 14 de fevereiro.
Por Sara Nanni, do ISA
A restauração florestal de APPs (Áreas de Preservação Permanente) por meio de plantio mecanizado de sementes florestais foi um dos temas da palestra “Alternativas técnicas e econômicas para recuperação de matas ciliares”, conduzida por Rodrigo Junqueira e Eduardo Malta, do ISA (Instituto Socioambiental), e chamou a atenção dos produtores presentes no I Simpósio Alianças Socioambientais. O evento aconteceu em Água Boa, nos dias 13 e 14 de fevereiro, e foi promovido pela Aliança da Terra, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e o Sindicato Rural de Água Boa. O principal objetivo foi reunir pesquisadores, produtores e representantes de entidades do terceiro setor para discutir os rumos da produção sustentável na região.
O plantio mecanizado de sementes florestais, feito com plantadeira de soja ou vincón, foi mostrado pelo biólogo Eduardo Malta como uma alternativa mais rápida e econômica para a restauração florestal. Muitas pessoas ainda insistem no plantio tradicional feito com mudas, que, por ser muito caro e trabalhoso, pode inviabilizar o reflorestamento em grande escala. Essa nova técnica já é empregada para restaurar APPs de fazendas em municípios na Bacia do Xingu e tem se mostrado bastante promissora, em fase final de testes e adequações.
Malta explicou que as sementes florestais são misturadas em um sistema chamado de “muvuca”, que leva porções de adubo, feijão-guandu e feijão-de-porco. Essas leguminosas são importantes para enriquecer o solo com matéria orgânica e evitar o crescimento do capim braquiária, favorecendo o crescimento das árvores. O técnico do ISA ressalta a importância de avaliar as áreas a serem restauradas para identificar a técnica mais adequada a ser aplicada. “Há áreas que possuem potencial para a regeneração natural e basta que sejam cercadas para o gado não invadir, enquanto outras podem ser isoladas e precisam ser enriquecidas com sementes e mudas”, explicou Malta. Ele ainda falou sobre a rede de coletores de sementes e Rodrigo Junqueira apresentou a campanha Y Ikatu Xingu, criada em 2004 com o objetivo de restaurar as beiras de rio e nascentes da Bacia do Xingu.
No sábado, dia 14, os participantes do simpósio visitaram os experimentos do IPAM de reflorestamento na fazenda Tanguro, em Querência. Depois seguiram para Canarana e viram uma área na fazenda do São Roque, do Sr. Arlindo Cancian, delegado da Aprosoja, onde a campanha Y Ikatu Xingu em parceria com a secretaria de agricultura de Canarana fez no final do ano passado um plantio mecanizado de sementes florestais.
Novos caminhos
Outros temas foram tratados em palestras durante o simpósio, como produção agropecuária sustentável no Mato Grosso e ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico), incentivos ambientais, critérios ambientais para empréstimos agrícolas e cadeia de suprimentos para a soja.
John Carter, fundador da Aliança da Terra, apresentou a instituição e falou sobre o CCS (Cadastro de Compromisso Socioambiental), realizado em parceria com o IPAM, que identifica, reconhece e premia produtores rurais responsáveis que produzem ou querem produzir de forma ambientalmente correta, conciliando produção com conservação ambiental. Qualquer produtor pode procurar a Aliança da Terra, sem custo algum, para ser cadastrado após a realização de um diagnóstico ambiental na propriedade.
Oswaldo Stella, do IPAM, falou sobre mudanças climáticas, mercado de créditos de carbono e mecanismos de desenvolvimento limpo. “Continuar produzindo é tão importante quanto preservar o meio ambiente”, disse o pesquisador, que ressaltou a necessidade de existirem investimentos em ZEE para detalhar com exatidão o cenário legal do estado. Ele também lembrou a necessidade de aumentar a produtividade no pasto e conectar APPs e áreas de Reserva Legal, construindo argumentos que futuramente possam contribuir para negociações nesses novos mercados.
Os produtores presentes no evento queixaram-se do código florestal brasileiro que obriga a manutenção de 80% de Reserva Legal nas propriedades rurais situadas no bioma Amazônia. “Se não mudar a lei, todos seremos fora da lei”, reforçou o deputado Homero Pereira.
Plantio mecanizado é difundido como técnica de restauração florestal de APPs em simpósio no Vale do Araguaia Xingu – MT
Palestra sobre restauração florestal de APPs através do plantio mecanizado – técnica disseminada pela campanha Y Ikatu Xingu – aconteceu durante o I Simpósio Alianças Socioambientais, promovido pela Aliança da Terra, que reuniu centenas de produtores rurais em Água Boa (MT), nos dias 13 e 14 de fevereiro.
Por Sara Nanni, do ISA
A restauração florestal de APPs (Áreas de Preservação Permanente) por meio de plantio mecanizado de sementes florestais foi um dos temas da palestra “Alternativas técnicas e econômicas para recuperação de matas ciliares”, conduzida por Rodrigo Junqueira e Eduardo Malta, do ISA (Instituto Socioambiental), e chamou a atenção dos produtores presentes no I Simpósio Alianças Socioambientais. O evento aconteceu em Água Boa, nos dias 13 e 14 de fevereiro, e foi promovido pela Aliança da Terra, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e o Sindicato Rural de Água Boa. O principal objetivo foi reunir pesquisadores, produtores e representantes de entidades do terceiro setor para discutir os rumos da produção sustentável na região.
O plantio mecanizado de sementes florestais, feito com plantadeira de soja ou vincón, foi mostrado pelo biólogo Eduardo Malta como uma alternativa mais rápida e econômica para a restauração florestal. Muitas pessoas ainda insistem no plantio tradicional feito com mudas, que, por ser muito caro e trabalhoso, pode inviabilizar o reflorestamento em grande escala. Essa nova técnica já é empregada para restaurar APPs de fazendas em municípios na Bacia do Xingu e tem se mostrado bastante promissora, em fase final de testes e adequações.
Malta explicou que as sementes florestais são misturadas em um sistema chamado de “muvuca”, que leva porções de adubo, feijão-guandu e feijão-de-porco. Essas leguminosas são importantes para enriquecer o solo com matéria orgânica e evitar o crescimento do capim braquiária, favorecendo o crescimento das árvores. O técnico do ISA ressalta a importância de avaliar as áreas a serem restauradas para identificar a técnica mais adequada a ser aplicada. “Há áreas que possuem potencial para a regeneração natural e basta que sejam cercadas para o gado não invadir, enquanto outras podem ser isoladas e precisam ser enriquecidas com sementes e mudas”, explicou Malta. Ele ainda falou sobre a rede de coletores de sementes e Rodrigo Junqueira apresentou a campanha Y Ikatu Xingu, criada em 2004 com o objetivo de restaurar as beiras de rio e nascentes da Bacia do Xingu.
No sábado, dia 14, os participantes do simpósio visitaram os experimentos do IPAM de reflorestamento na fazenda Tanguro, em Querência. Depois seguiram para Canarana e viram uma área na fazenda do São Roque, do Sr. Arlindo Cancian, delegado da Aprosoja, onde a campanha Y Ikatu Xingu em parceria com a secretaria de agricultura de Canarana fez no final do ano passado um plantio mecanizado de sementes florestais.
Novos caminhos
Outros temas foram tratados em palestras durante o simpósio, como produção agropecuária sustentável no Mato Grosso e ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico), incentivos ambientais, critérios ambientais para empréstimos agrícolas e cadeia de suprimentos para a soja.
John Carter, fundador da Aliança da Terra, apresentou a instituição e falou sobre o CCS (Cadastro de Compromisso Socioambiental), realizado em parceria com o IPAM, que identifica, reconhece e premia produtores rurais responsáveis que produzem ou querem produzir de forma ambientalmente correta, conciliando produção com conservação ambiental. Qualquer produtor pode procurar a Aliança da Terra, sem custo algum, para ser cadastrado após a realização de um diagnóstico ambiental na propriedade.
Oswaldo Stella, do IPAM, falou sobre mudanças climáticas, mercado de créditos de carbono e mecanismos de desenvolvimento limpo. “Continuar produzindo é tão importante quanto preservar o meio ambiente”, disse o pesquisador, que ressaltou a necessidade de existirem investimentos em ZEE para detalhar com exatidão o cenário legal do estado. Ele também lembrou a necessidade de aumentar a produtividade no pasto e conectar APPs e áreas de Reserva Legal, construindo argumentos que futuramente possam contribuir para negociações nesses novos mercados.
Os produtores presentes no evento queixaram-se do código florestal brasileiro que obriga a manutenção de 80% de Reserva Legal nas propriedades rurais situadas no bioma Amazônia. “Se não mudar a lei, todos seremos fora da lei”, reforçou o deputado Homero Pereira.