Mudança climática é o tema da Agenda Socioambiental 2010 do ISA

A Agenda Socioambiental 2010 do ISA já está à venda. O tema escolhido, mudança climática, é bastante oportuno, já que o mundo se prepara para a Conferência das Partes (COP-15) da Convenção do Clima da ONU, a se realizar em dezembro próximo em Copenhagen, na Dinamarca. A publicação inclui séries históricas sobre o aumento da temperatura média global, procura contextualizar fenômenos climáticos, traz informações e dicas e um ensaio fotográfico de Daniel Beltrá.

Às vésperas da Conferência das Partes (COP-15) da Convenção do Clima que se realizará em dezembro próximo em Copenhagen, a Agenda Socioambiental 2010 produzida pelo ISA escolheu abordar as mudanças climáticas, seus impactos e suas consequências sobre a população do planeta. Em linguagem acessível o leitor vai entender melhor o que é, afinal, a mudança climática – o aumento da concentração de gases de estufa na atmosfera da Terra – que causa o aquecimento global. Séries históricas sobre o aumento da temperatura médio global, no nível médio do mar, acontecimentos observados ao longo dos últimos 40 anos – aumento das chuvas ou das secas em determinadas regiões, ocorrência de ciclones, furacões etc. – que revelam o que já mudou, fazem parte da publicação.

As populações mais vulneráveis a essas mudanças são as chamadas populações tradicionais. Os povos indígenas são bons exemplos. São os que menos colaboram para a emissão de gases de efeitos estufa e impedem que a situação se agrave ao conservar o carbono estocado em suas florestas. Os índios que vivem no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, sabem bem disso. O Parque é uma barreira natural contra o desmatamento e, portanto contra a emissão de gases, embora seja pressionado pela expansão da fronteira agrícola. Preocupados com o desmatamento nas cabeceiras do Rio Xingu, e o comprometimento da qualidade das águas do rio, índios, pequenos e grandes produtores, agricultores familiares e diversos atores sociais da região levam adiante a Campanha Y Ikatu Xingu, pela recuperação e proteção das matas ciliares e nascentes do Rio Xingu.

Já os povos indígenas do Rio Negro, embora não sofram esse tipo de pressão, observam alterações tais como a escassez de peixes, a mudança na época de floração das plantas, e no período das chuvas e das secas, que não acontecem mais “na época certa”. Relatos como esse foram feitos por indígenas durante seminário sobre o tema em Manaus e Região do Rio Negro, em março de 2008.

Além da vulnerabilidade da Amazônia frente à mudança climática, a agenda aborda a recuperação florestal na Mata Atlântica, que também deverá ser afetada com o comprometimento da qualidade de vida de populações que já lutam para reverter a degradação. É o caso das populações quilombolas do Vale do Ribeira (SP e PR), que em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), desenvolvem um projeto de repovoamento de palmito juçara, espécie nativa em extinção. Em parceria com o Instituto Vidágua, o ISA desenvolve também a Campanha Cílios do Ribeira, pela recuperação das matas ciliares do Vale do Ribeira (região que abrange os estados de São Paulo e Paraná).

As imagens do fotógrafo espanhol Daniel Beltrá, um apaixonado pela natureza, enriquecem cada um dos meses da agenda 2010 flagrando enchentes e secas, queimadas, araras vermelhas sobrevoando um trecho do Pantanal matogrossense ou um trator em meio a uma plantação de soja onde antes foi uma floresta tropical. Imperdível.

As agendas estão à venda na loja virtual do ISA e cada exemplar custa R$ 20,00. Filiados do ISA têm desconto.

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