Marina Silva afirma que política ambiental de Mato Grosso poderia ter avançado mais

A senadora destacou avanços e retrocessos da política ambiental do estado.

Marina Silva durante palestra no 3° Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental em Cuiabá, MT. Foto: Fernanda Bellei

“Não adianta mudar o teste, temos que passar no teste para realmente evoluir”, disparou a senadora Marina Silva a respeito das políticas ambientais adotadas pelo governo de Mato Grosso, durante palestra realizada no 3° CBJA (Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental), em Cuiabá, MT, no dia 19 de março. A pré-candidata a presidência da república pelo Partido Verde afirmou que o estado poderia ter avançado mais se alguns setores não tivessem adotado um discurso atrasado que prega, entre outras coisas, a mudança da Reserva Legal.

“Eu acho que o governo Maggi teve alguns avanços e alguns retrocessos… O estado de Mato Grosso poderia ter evoluído mais se não tivesse tentado mudar o teste”, disse Marina, defendendo que os produtos agropecuários do estado podem ter lugar cada vez mais privilegiado no mercado exterior se a produção levar em conta as Leis ambientais do país. “Nós seremos cada vez mais exigidos a ter uma produção de baixa emissão de carbono”.
A senadora falou também do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico (ZSEE) de Mato Grosso, que está em discussão na assembléia dos deputados. Ela afirma que vê com preocupação a possibilidade de aprovação do segundo substitutivo apresentado pelo deputado Dilceu Dal’Bosco. “A informação que eu tenho é que este documento amplia a área consolidada em agricultura, em uma atitude arbitrária”. Em sua avaliação, a nova proposta se trata de uma manobra política. “O zoneamento do estado não pode se tornar uma peça política”.
ZSEEO Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Mato Grosso já foi considerado o projeto de Lei mais discutido na história do estado pela Assembléia Legislativa. O segundo substitutivo ao projeto, apresentado pelo deputado Dilceu Dal’Bosco (DEM) está sendo criticado pelo setor ambientalista do estado e provocou a mobilização de diversas organizações contrárias a proposta.   O deputado Alexandre César apresentou parecer contrário ao substitutivo integral, de autoria das lideranças partidárias. César, que estava presente na cerimônia de abertura do 3º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado entre os dias 18 e 20 de março, em Cuiabá, afirma que o documento traz “graves alterações” que prejudicam comunidades indígenas e tradicionais, como a quilombola, e ainda inviabilizam o MT Legal.

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