Belo Monte – Líderes do Alto Xingu fazem protesto em Brasília e levam carta à presidente Dilma

Líderes indígenas do Alto Xingu entregaram uma carta assinada por dezenas de entidades contrárias à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

Chico de Gois e Monica Tavares, O Globo

Depois de fazerem uma manifestação na Praça dos Três Poderes, no dia 8, terça-feira, em frente ao Palácio do Planalto, que reuniu mais de 500 pessoas, dez representantes indígenas foram recebidos pelo secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, Rogério Sotilli, e pelo secretário nacional da Articulação Social, Paulo Maldos. No documento, que eles pediram para ser encaminhado à presidente Dilma Rousseff, os movimentos contrários à usina apontam “relações promíscuas” entre o setor elétrico do governo, “comandado atualmente pelo grupo Sarney do PMDB”, e grandes empreiteiras, a maioria delas “grandes doadoras para campanhas eleitorais, inclusive as do PT e do PMDB”.

A carta diz que os impactos social e ambiental da obra foram subestimados e que, se levada adiante, a construção causará sérios danos às populações ribeirinhas e aos índios. Para os integrantes do movimento Xingu Vivo, Belo Monte terá uma reduzida capacidade de geração de energia. Eles pedem seu cancelamento definitivo. O cacique Ireo Kaiapó disse que, se a construção for mantida, haverá muito prejuízo para sua tribo:
- Se a barragem acontecer, vai ter problemas. Vai ter briga, morte, doenças, prejuízos. Onde o índio vai viver? Será que vai morar em Brasília? Não queremos.

Ao saber do protesto, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, argumentou que, se o país não puder construir hidrelétricas, que fornecem energia limpa e renovável, terá “que construir térmicas poluentes a custos muito mais elevados”. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquin, fez coro na defesa de Belo Monte e disse que a obra não terá impacto direto nas tribos.

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