Nova chance para o pica-pau

Espécie típica do Cerrado que ficou desaparecida por 80 anos e foi reencontrada por pesquisadores em Tocantins

Afra Balazina, O Estado de S.Paulo

O pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni) ficou desaparecido por 80 anos. Criticamente ameaçada de extinção, a ave foi reencontrada por um grupo de cientistas em Goiatins (Tocantins) em 2006 e agora está sendo estudada. Típica do Cerrado, foi vista também em Goiás, Mato Grosso e Maranhão.

“A pesquisa tem dois objetivos. O primeiro é estudar a biologia e a ecologia da espécie, determinando seu hábitat preferencial, alimentação, reprodução, relação com outras espécies. O segundo é realizar expedições para áreas onde historicamente houve registros desta espécie”, diz Renato Torres Pinheiro, responsável técnico pelo projeto. A pesquisa é feita desde 2007 por uma equipe de pesquisadores da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

O grupo confirmou, por exemplo, os registros anteriormente feitos e conseguiu encontrá-lo em Mato Grosso. “A espécie tem uma preferência por áreas de cerradão com bambu, e esse tipo de vegetação encontra-se disperso pelo Cerrado”, conta Pinheiro.

A partir das informações obtidas, a equipe de pesquisadores poderá propor medidas para a conservação do animal. A ave não foi vista em nenhuma unidade de conservação integral (como parques). O desmate do Cerrado pode impactar diretamente este pica-pau.

Ainda não há dados suficientes para determinar o tamanho da população da espécie – porém, sabe-se que o número é pequeno. “Estima-se que haja entre 3 mil e 6 mil indivíduos, sendo que as maiores populações estão no Tocantins, onde ainda há as maiores extensões de Cerrado preservado.”

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