Fernanda Bellei, ISA
Diretores e professores de escolas privadas e públicas de Canarana, Mato Grosso, apresentaram nesta quarta-feira, dia 16, suas propostas de atividades para a Agenda Socioambiental do município em 2011. Trabalhos com reciclagem, compostagem de material orgânico, produção de materiais didáticos sobre temas socioambientais e até restauração florestal de áreas degradas estavam entre as propostas já estruturadas pelos educadores.
A Agenda Socioambiental foi criada em uma parceria entre o Instituto Socioambiental (ISA), Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (Seagri), Secretaria Municipal de Educação (Semec) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e, em 2010, passou a integrar o calendário de ações educativas oficial do município. A assessora do Programa Xingu do ISA, Cristina Velasquez, afirma que o envolvimento da comunidade escolar nas atividades da agenda está cada vez maior. “É muito gratificante ver que as professoras e diretoras estão dedicando seu tempo e criatividade para participar da agenda. Nós somos apenas um dos participantes em meio a tantas iniciativas que estão surgindo no município”. O ISA participa da Agenda Socioambiental de Canarana no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu.

Cristina Velasquez, do Instituto Socioambiental, fala sobre a importância da participação da comunidade escolar nas atividades da agenda socioambiental. Foto: Fernanda Bellei
A Agenda reúne processos educacionais voltados a temas locais e se baseia nas datas comemorativas do calendário ambiental, como a Semana do Meio Ambiente, o Dia do Cerrado e a Semana da Água. No ano de 2010, o concurso Fotográfico em comemoração ao Dia do Cerrado recebeu mais de 50 fotos e foi encerrado em um evento com mais de 400 pessoas.
Iniciativas comunitárias
A proposta da Agenda é desenvolver atividades educacionais que envolvam a comunidade e que sejam coerentes com a realidade local. A coordenadora pedagógica Rosangela Zalamena, da escola Amália Vanzella Toniello – Fazenda Estela, na zona rural de Canarana, apresentou propostas que trabalham a realidade do campo. “Pensamos em atividades que sejam coerentes com a realidade de nossos alunos que moram no campo. No interior, usamos muitas pilhas e baterias para alimentar lanternas e outros equipamentos, por isso, iremos estimular nossos alunos a desenvolver pesquisas sobre os impactos ambientais causados por esses materiais e sensibilizá-los para o uso e descarte correto dos mesmos”. A escola também irá trabalhar com o plantio de espécies nativas frutíferas, a coleta de óleo usado para a produção de sabão e a sensibilização para o assoreamento dos rios.
A lista de atividades da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Novo lar, localizada na área urbana, traz propostas de produzir um livro com papel reciclado pelas próprias crianças, cujo título será “Os dez mandamentos da ecologia”. Cada turma fará uma página do livro, segundo a diretora da escola, Thais Franceschet. “A ideia é que todos participem das atividades. Também faremos oficinas com os pais e toda a comunidade para colocar placas de identificação nas espécies que temos em nossas áreas de agrofloresta”.
Escola ativa
As escolas Amália Vanzella Toniello, Elídio Corbari e Coronel Vanick, localizadas na zona rural de Canarana, fazem parte da escola ativa, um programa do Ministério da Educação que busca melhorar a qualidade do desempenho escolar em classes multisseriadas das escolas do campo. Entre as principais estratégias estão: implantar nas escolas recursos pedagógicos que estimulem a construção do conhecimento do aluno e capacitar professores. O programa possibilita a formação continuada para os educadores envolvidos no programa em propostas pedagógicas e princípios políticos pedagógicos voltados às especificidades do campo.
Educação agroflorestal
Uma das linhas de ação da Campanha Y Ikatu Xingu, movimento do qual o ISA é uma das organizações participantes, é a educação agroflorestal, utilizada como instrumento pedagógico pelas escolas e nos processos de formação de lideranças sociais, e que auxilia o educador a estimular nos alunos a percepção da natureza. Através dessa iniciativa, o ISA auxiliou na implantação de agroflorestas em diversas escolas do município.
As agroflorestas, ou sistemas agroflorestais, conhecidos como “SAFs”, permitem o cultivo de espécies agrícolas e florestais em um mesmo espaço. É uma maneira de unir a produção de alimentos e a preservação florestal. Nas escolas, as atividades em agroflorestas se dão por meio de plantios e da observações da integração das diferentes espécies.
Participação do poder público
A assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), Claci da Silva, elogiou a iniciativa e o empenho das escolas participantes. “Sempre defendi a parceria e o trabalho em rede. O empenho das professoras e diretoras na apresentação das propostas que vimos hoje mostra que é importante caminharmos juntos para desenvolver nossos trabalhos da melhor maneira possível”. A secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Eliane Felten, também destacou a importância do trabalho multidisciplinar. “Tudo o que analisamos na conduta do ser humano tem origem na educação. Eu fico muito satisfeita ao ver que podemos trabalhar juntos, unindo a questão da preservação ambiental e a educação”.

Assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), Claci da Silva, durante discurso sobre a agenda socioambiental de Canarana. Foto: Fernanda Bellei
4 Comentários
Esta campanha vinculando as escolas as Agendas socioambientais precisa ser divulgada para todos os municipios do interior, Parabéns pela idéia, implementação e pela dedicação do corpo docente das escolas!a gente precisa saber o quanto vem sendo feito … dá uma esperança!
Parabens pela iniciativa!! ;) Muito sucesso com o trabalho!
Parabéns as educadoras que estão plantando a sementinha da sustentabilidade em cada coraçãozinho de seus educandos.
aos queridos alunos da EMEI NOVO LAR o meu carinho por erstarem na ativa conosco na busca da sustentabilidade mesmo tão pequenos…