Ao comemorar 50 anos de existência, a maior Terra Indígena de Mato Grosso consolida-se como ‘ilha verde’ em meio ao avanço das atividades agropecuárias, que resiste aos desmatamentos e desempenha importante papel na manutenção do clima
Ao longo de seus 2,8 milhões de hectares, o Parque Indígena do Xingu (PIX), que completa 50 anos de existência em 2011, abriga um grande maciço vegetal e um estoque incalculável de diversidade biológica. Localizado em uma área de transição da floresta Amazônica com o Cerrado, o parque abriga espécies desses dois importantes biomas e também espécies endêmicas desta região, isto é, que só ocorrem na zona de transição. A diversidade cultural do Xingu também é notória, por abrigar 16 etnias que falam 14 línguas.
Mas a diversidade cultural e biológica não é a única riqueza do PIX. Estudos mostram que grandes maciços vegetais têm importante influência no clima regional e no regime de chuvas, conforme explica Oswaldo de Carvalho Júnior, coordenador regional do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). “As árvores retiram a água que está infiltrada na terra e lançam na atmosfera. Esse processo desencadeia a formação de chuvas. Sem a floresta, a água subterrânea vai para os rios e a chuva não se forma”. Esse serviço ambiental prestado pela floresta, segundo Oswaldo, beneficia diretamente a produção agrícola. “Podemos dizer que a floresta regula o clima e as chuvas em uma região”.
A importância da floresta para as chuvas e a temperatura não é novidade para os índios do Xingu. Kumaré Ikpeng, liderança indígena do povo Ikpeng, afirma que há muito se sabe desta ligação. “Os antigos sempre nos falam que a floresta traz a chuva e controla o clima. E, ainda hoje, nós percebemos como o fogo e o desmatamento influencia a natureza. Nos anos com mais queimadas e desmatamento, a colheita atrasa e ficamos com pouco alimento”.
Kumaré explica ainda que é possível identificar sinais de como a natureza reage às agressões. “Temos visto muita mudança no tempo das chuvas ultimamente, e isso é ruim, porque as chuvas são muito importante para nós. Para meu povo, quando a primeira chuva é forte, é sinal de que vamos ter muita fartura de milho, frutas e mandioca. Quando a segunda chuva cai com força, é porque vai ter muito peixe”. Diante das últimas notícias sobre o aumento no desmatamento no estado de Mato Grosso, Kumaré afirma: “Acho que as pessoas que desmatam não sabem que estão prejudicando seu próprio sustento. Os produtores rurais que querem tirar suas matas não têm consciência de que vão prejudicar sua produção”.
Conhecimento nativo
Para Kumaré, a única saída para uma mudança de comportamento é a realização de intercâmbios entre xinguanos e não-índios. “Acho que o homem branco ainda tem muito a aprender sobre o Xingu. É preciso fazer mais intercâmbio, aproximar mais os vizinhos. Podemos começar conversando com as crianças, pois são elas que conscientizam os pais a não derrubarem as matas e a plantar árvores nas beiras das nascentes”.
Mas esta consciência parece estar se despertando na Bacia do Rio Xingu, segundo Rodrigo Junqueira, coordenador-adjunto do Programa Xingu, do Instituto Socioambiental (ISA). Ele diz acreditar que a valorização da floresta em pé está crescendo, aos poucos. “Quando conversamos com produtores que têm propriedades próximas ao parque, muitos reconhecem os benefícios, como a temperatura mais amena e a maior incidência de chuvas”.
O ISA atua na Bacia do Rio Xingu, em Mato Grosso, através da Campanha Y Ikatu Xingu, um movimento que envolve indígenas, poder público, produtores rurais e diversos setores sociais na proteção e na recuperação das nascentes do Rio Xingu. Ao longo de seis anos, mais de 2 mil hectares de nascentes e beiras de rios foram colocados em processo de restauração em 22 municípios a bacia do Xingu. “O trabalho desenvolvido no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu deve-se a mobilização de produtores rurais, que decidiram recuperar suas áreas degradadas. Este é um grande exemplo de conscientização”, completa Rodrigo.
A ciência contemporânea têm se dedicado aos estudos da importância de maciços florestais para a manutenção do clima e também como grandes áreas que estocam o carbono e evitam, assim, que ele seja lançado na atmosfera.
4 Comentários
DEVEMOS LUTAR PARA DEVENDER AS FLORESTAS E O XINGU VIVO!! CONTRA A HIDRWELETRICA DE BELO MONTE OU QUALQUER OUTRA QUE DERESPEITE AS LEIS AMBIENTAIS E OS DIREITOS HUMANOS UNIVERSAL INDIGENA!!
DEVEMOS LUTAR PARA DEFENDER AS FLORESTAS E O XINGU VIVO!! CONTRA A HIDRELETRICA DE BELO MONTE OU QUALQUER OUTRA QUE DERESPEITE AS LEIS AMBIENTAIS E OS DIREITOS HUMANOS UNIVERSAL INDIGENA!!
eu apoio os indios
ola tdo bom sou gatinha lindinha eu tambem hipotenusa os indios sao bonitos e muito bem dotados!!!! tukumsruemnakakauisdhsagd TCHAPAPADRATATATAAA