Experimento avalia aproveitamento econômico de Reserva Legal em Mato Grosso
Publicado:dezembro 16, 2011
Trabalho pioneiro em Mato Grosso, realizado em parceira com a Embrapa Agrossilvipastoril, testa a viabilidade econômica das áreas de Reserva Legal no estado.
Por Christiane Peres
Detalhe do processo de implantação de um dos tratamentos de mudas
Projeto de plantio e aproveitamento de Reserva Legal, pioneiro no estado do Mato Grosso, começou a ser realizado pela Embrapa Agrossilvipastoril em parceria com o ISA em Canarana (MT). A ideia do projeto é testar se é viável economicamente para o produtor plantar e utilizar a Reserva Legal dentro de sua propriedade, conforme consta na legislação.
A Reserva Legal é uma área legalmente protegida que toda propriedade rural deve possuir, e cujo percentual de extensão varia conforme o bioma. É uma área que deve ser mantida com vegetação nativa, para fins de conservação da biodiversidade e manutenção dos processos ecológicos e que pode ser manejada, desde que não haja supressão total de vegetação, podendo ser mais uma fonte de renda para o produtor. No estado de Mato Grosso, plantar Reserva Legal ainda é uma realidade distante da maioria dos produtores e a proposta desse projeto é validar mecanismos para inverter essa lógica.
“O Mato Grosso não possui uma cultura florestal, como ocorre nos estados do Pará e Amazonas, por exemplo, o que dificulta a aceitação dos produtores em recuperar e manejar suas áreas de Reserva Legal. Além disso, não existem modelos de exploração de espécies nativas do Cerrado para esses fins nessa região, o que torna esse projeto muito inovador, não só do ponto de vista da ecologia da restauração, uma vez que está testando diferentes técnicas e arranjos das espécies, mas principalmente, econômico, podendo subsidiar informações para torná-la uma área produtiva dentro da propriedade”, afirma Natalia Guerin, bióloga e técnica do ISA.
A primeira área experimental acabou de ser implantada na fazenda Angaiá, em Canarana. Foram plantados14 hectares, utilizando 16 espécies nativas de uso econômico e que contribuirão para a restauração ecológica da área, conciliando conservação e produtividade. Além de Canarana, o experimento será reproduzido em outras quatro áreas – sendo três em Mato Grosso e uma em Rondônia. Em todas elas serão avaliados os custos para implantação e manutenção, além de permitir a avaliação – no futuro – dos possíveis benefícios econômicos.
O biólogo e pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Ingo Isernhagen, explica que o trabalho realizado em Canarana conta com sete tratamentos: dois deles avaliam a semeadura direta de espécies florestais nativas em consórcio com adubos verdes; outros quatro avaliam áreas com plantio de mudas, sendo dois em consórcio com espécies exóticas como o mogno-africano e o eucalipto; e o último avaliará a condução de regeneração natural da reserva. “Trata-se de um projeto de longa duração, e esse conjunto de variáveis poderá contribuir para apresentar aos produtores, alternativas para a efetiva adoção da Reserva Legal nas propriedades rurais, tornando palpáveis os potenciais benefícios econômicos, sociais e ambientais dessa importante categoria de uso da propriedade rural”, explica.
A primeira etapa do projeto durará três anos. Nesse período serão avaliados os aspectos ecológicos da evolução das áreas. Espera-se que o experimento seja renovado periodicamente para que os aspectos de manejo das espécies, que demandam uma temporalidade maior, sejam contemplados.
Experimento avalia aproveitamento econômico de Reserva Legal em Mato Grosso
Trabalho pioneiro em Mato Grosso, realizado em parceira com a Embrapa Agrossilvipastoril, testa a viabilidade econômica das áreas de Reserva Legal no estado.
Por Christiane Peres
Detalhe do processo de implantação de um dos tratamentos de mudas
Projeto de plantio e aproveitamento de Reserva Legal, pioneiro no estado do Mato Grosso, começou a ser realizado pela Embrapa Agrossilvipastoril em parceria com o ISA em Canarana (MT). A ideia do projeto é testar se é viável economicamente para o produtor plantar e utilizar a Reserva Legal dentro de sua propriedade, conforme consta na legislação.
A Reserva Legal é uma área legalmente protegida que toda propriedade rural deve possuir, e cujo percentual de extensão varia conforme o bioma. É uma área que deve ser mantida com vegetação nativa, para fins de conservação da biodiversidade e manutenção dos processos ecológicos e que pode ser manejada, desde que não haja supressão total de vegetação, podendo ser mais uma fonte de renda para o produtor. No estado de Mato Grosso, plantar Reserva Legal ainda é uma realidade distante da maioria dos produtores e a proposta desse projeto é validar mecanismos para inverter essa lógica.
“O Mato Grosso não possui uma cultura florestal, como ocorre nos estados do Pará e Amazonas, por exemplo, o que dificulta a aceitação dos produtores em recuperar e manejar suas áreas de Reserva Legal. Além disso, não existem modelos de exploração de espécies nativas do Cerrado para esses fins nessa região, o que torna esse projeto muito inovador, não só do ponto de vista da ecologia da restauração, uma vez que está testando diferentes técnicas e arranjos das espécies, mas principalmente, econômico, podendo subsidiar informações para torná-la uma área produtiva dentro da propriedade”, afirma Natalia Guerin, bióloga e técnica do ISA.
A primeira área experimental acabou de ser implantada na fazenda Angaiá, em Canarana. Foram plantados14 hectares, utilizando 16 espécies nativas de uso econômico e que contribuirão para a restauração ecológica da área, conciliando conservação e produtividade. Além de Canarana, o experimento será reproduzido em outras quatro áreas – sendo três em Mato Grosso e uma em Rondônia. Em todas elas serão avaliados os custos para implantação e manutenção, além de permitir a avaliação – no futuro – dos possíveis benefícios econômicos.
O biólogo e pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Ingo Isernhagen, explica que o trabalho realizado em Canarana conta com sete tratamentos: dois deles avaliam a semeadura direta de espécies florestais nativas em consórcio com adubos verdes; outros quatro avaliam áreas com plantio de mudas, sendo dois em consórcio com espécies exóticas como o mogno-africano e o eucalipto; e o último avaliará a condução de regeneração natural da reserva. “Trata-se de um projeto de longa duração, e esse conjunto de variáveis poderá contribuir para apresentar aos produtores, alternativas para a efetiva adoção da Reserva Legal nas propriedades rurais, tornando palpáveis os potenciais benefícios econômicos, sociais e ambientais dessa importante categoria de uso da propriedade rural”, explica.
A primeira etapa do projeto durará três anos. Nesse período serão avaliados os aspectos ecológicos da evolução das áreas. Espera-se que o experimento seja renovado periodicamente para que os aspectos de manejo das espécies, que demandam uma temporalidade maior, sejam contemplados.
(com informações da Embrapa Agrossilvipastoril)