Restauração florestal da Bacia do Xingu ganha destaque em evento internacional

Técnicas, ganho de escala e articulação em rede no trabalho realizado em Mato Grosso, no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu, chamaram a atenção dos participantes da 18ª conferência anual que abordou o tema: estratégias para restauração em larga escala nos trópicos, realizada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, entre os dias 26 e 28 de janeiro.

Por Christiane Peres, ISA

Todos os anos, a Universidade de Yale organiza uma conferência para apresentar novas ideias sobre gestão de recursos naturais. O evento reúne pesquisadores de várias instituições, estudantes, representantes de organizações ambientais para discutir questões que envolvem conservação ambiental, conhecimentos tradicionais e desenvolvimento. Na 18ª edição do evento, a restauração ambiental foi o tema escolhido e o trabalho realizado pelo ISA no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu ganhou destaque durante as apresentações.

Plantio mecanizado utilizando um vincón

Foi a primeira vez que a experiência realizada na parte mato-grossense da Bacia do Xingu foi apresentada no exterior. De acordo com Eduardo Malta, biólogo e técnico do ISA que representou a instituição no evento, a iniciativa foi bem recebida e gerou interesse em vários participantes. “Foi o maior projeto de restauração em larga escala apresentado que está crescendo de fato, no chão, por conta do envolvimento das pessoas do lugar. Exceto projetos impulsionados por muita força de governos, como na China e nas Filipinas, foi apresentado um projeto de 20 hectares e outros três de 200 hectares, todos na América Latina, além do Pacto da Mata Atlântica. A semeadura direta mecanizada e a muvuca fizeram sucesso. Muitos participantes me procuraram depois dizendo que estavam cheios de ideias, querendo replicar o que temos feito”, conta Malta.

Hoje, mais de dois mil hectares estão em processo de recuperação na Bacia do Xingu, em Mato Grosso – um processo inédito e ousado numa região com predominância da soja e da pecuária. “Foi bom ver que estamos no caminho certo, não só no que se refere à restauração, no nosso cardápio de técnicas, mas também na forma de envolver e mobilizar as pessoas, o direcionamento dos recursos e as ações em rede sob uma identidade regional”, diz.

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