Em tempos de rediscussão das competências e procedimentos para demarcação de terra indígena no Congresso Nacional, cidade mato-grossense focada na agropecuária e na produção de soja, vai em peso à praça pública festejar o Dia do Índio.
Por Instituto Socioambiental
Praça do avião. Canarana. 19 de abril. Centenas de pessoas entre indígenas, fazendeiros e moradores lotam a praça pública da pequena cidade mato-grossense para comemorar o Dia do Índio. O registro pode ser conferido no vídeo gravado por Kamikia Kisêdjê.
Além dos festejos, os indígenas do Parque do Xingu e os Xavante presentes no local, lembraram que o dia é de luta para os primeiros habitantes do País. “Desde a chegada dos portugueses, o que vemos é o desrespeito com os índios, exploração dos recursos naturais em nossas terras, construção de barragens, perda do território. Este dia passa a ser de luta pela defesa dos nossos direitos”, diz Kamikia Kisêdjê.
Enquanto em Canarana as diferenças ficavam de lado, pela primeira vez na história do País, o Dia do Índio passou em branco pela Presidência da República, sem nenhuma homologação de terra indígena (leia mais). Aliás, em 2012, a presidente Dilma Rousseff ainda não homologou uma terra indígena sequer.
Outro golpe para povos originários aconteceu no dia 21 de março, quando a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados considerou constitucional a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 215/2000, que pretende incluir entre as competências exclusivas do Congresso a aprovação da demarcação de terras indígenas. A proposta ainda deve seguir para avaliação de uma comissão especial de mérito.
Um Comentário
sou fa da tribo kamayura